Porque preciso avaliar o olho todo para operar a catarata?

Por Prof. Dr. Paulo Augusto de Arruda Mello

Diferente do que dizem catarata não é uma “pelinha” na frente dos olhos.

A catarata consiste no branqueamento do cristalino (lente natural do olho localizada atrás da pupila orifício central) atrapalhando a entrada de imagens nos olhos, acarretando diminuição da visão. A catarata avançada pode ser observada na pupila, que se torna esbranquiçada. Figura 1 Cataratas incipientes, ou iniciais, também podem reduzir a visão. Figura 2.

As consequências variam desde pequenas distorções visuais até a cegueira total. Geralmente, manifesta se de forma gradual e pode ocorrer nos dois olhos simultaneamente.

Os sintomas são variados:

• Visão embaçada, turva, parecendo que tem uma névoa na frente;
• Enxergar objetos duplicados ou de forma confusa;
• Dificuldade para ler;
• Dificuldade para distinguir cores;
• Alteração frequente do grau de óculos;
• Piora da visão na luz do Sol;
• Dificuldade para dirigir à noite. Farois dos outros veículos atrapalham muito.

A catarata também pode ser congênita, mas isso é um fato raro: 85% dos casos são observados em indivíduos com mais de 60 anos, em decorrência de alterações bioquímicas relacionadas ao avanço da idade. Por isso recebe o nome de catarata senil.

Quando a visão está afetada pela catarata, o paciente deixa de executar tarefas que normalmente fazia como ler, dirigir, escrever, então a única maneira de melhorar a visão é através da cirurgia.

Previamente à cirurgia, o oftalmologista fará um exame geral do olho, que inclui as pálpebras, a lágrima, a córnea, a pressão intraocular, o fundo de olho (retina, nervo óptico, etc..) e outros exames oculares pré operatórios para o cálculo do valor da Lente Intraocular que será implantada na ciruugiac Também é necessária uma avaliação clínica pré operatória.

Outras doenças oculares devem ser consideradas para que haja sucesso cirúrgico, como alterações significativas na lágrima, glaucoma, doenças da retina, etc., Assim, por exemplo, se o paciente for portador de meibomite e blefarite severas (figura 2), deverá ser tratado antes da cirurgia, reduzindo o risco de endoftalmite (infecção dentro do olho causada por microorganismos, como bactérias e fungos) e aumentando o conforto e segurança do paciente.

Por isso, durante a anamnese (história do paciente), o oftalmologista investiga sobre a presença, nos olhos, de: ardência, vermelhidão, sensação de corpo estranho, coceira, dor, lacrimejamento, sensação de olho seco, visão de manchas, raios de luz, névoa, visão dupla. E após é realizado exame ocular minucioso.

Dependendo da alteração ocular encontrada, há necessidade de tratamento antes da cirurgia.

Assim, é de suma importância avaliar o olho todo e estar em boas condições clínicas para operar a catarata.

Qualquer dúvida telefone me: 11 3873 2009.